O cenário de crise exige dos profissionais desse grupo um apostura
diferente. Sobreviverá quem souber desenvolver novas habilidades e se adaptar a
um tempo de incerteza econômica
Céu de brigadeiro e mar de almirante são antigas expressões para dizer
que tudo está calmo e que as melhores condições são fato. Foi nesse cenário que,
por muito tempo, a Geração Y trilhou sua carreira. Sem crise econômica e com
altos índices de emprego, ou seja, com toda a segurança possível. Tal período
somado aos avanços tecnológicos, de educação e novas formas de trabalho
contribuíram para que esses jovens se tornassem, em um curto espaço de tempo,
especialistas em diferentes áreas e consequentemente supervalorizados. Agora,
diante da primeira grande crise dessa geração, ela se vê perdida,
principalmente, os milhares que saem da universidade e estão desempregados.
Afinal, mudar constantemente de emprego ou selecionar apenas
oportunidades altamente desafiadoras e que possibilitam rápida progressão na
carreira não é mais uma opção. Já que, o desemprego afeta principalmente os
mais novos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), entre maio de 2014 a maio de 2015, o desemprego subiu de 4,9% para 6,7%
e entre os jovens, com idades de 18 a 24 anos, a taxa de desocupação passou de
12,3% em maio de 2014 para 16,4% em 2015. Além disso, em maio de 2015, esse
grupo representava 32% da população desocupada e o de 25 a 49 anos, 51,1%.
Diante desse cenário, a Geração Y terá de adotar uma nova postura e não
se deixar enganar pela ilusão de que ter um bom currículo e ideias criativas bastam.
Afinal, as oportunidades estão cada vez mais raras e só conseguem uma vaga
aqueles que estão realmente comprometidos com a empresa, ou seja, não
abandonarão o barco na primeira oportunidade.
Para isso é preciso que essa geração desenvolva algumas habilidades que
antes não davam tanto valor. De acordo com pesquisa da HayGroup com 450
profissionais de RH e 450 recém-formados da Índia, China e EUA, 85% dos
diretores de recursos humanos acreditam que habilidades sociais e emocionais e
não habilidades técnicas são o verdadeiro diferencial. E 79% disseram que
recém-formados que não desenvolverem essas habilidades não terão espaço no
mercado de trabalho.
Exemplo de uma destas habilidades é a resiliência, já que não
conseguirão com facilidade um emprego na velocidade, características e com
recompensas financeiras que esperam. É preciso encarar esses desafios e não se
deixar abater. Além disso, é preciso ter visão de longo prazo, ou seja,
enxergar a importância de apostar em cargos menos atraentes ou valorizados, por
exemplo, para com o passar do tempo e ganho de experiência galgar postos mais
estratégicos. Afinal, em tempos de recessão como o que estamos enfrentando, a
experiência e o jogo de cintura para lidar em um mercado de crise é super
valorizado.
Outro ponto fundamental é deixar a “Síndrome do Salvador” de lado, ou
seja, do “eu posso fazer tudo sozinho”, e investir no trabalho em equipe, pois
o atual momento pede o esforço conjunto que estabelece ambiente para as
soluções criativas. Assim, saber ouvir e dialogar não só com os seus pares mais
também com outras gerações é essencial. O foco no resultado individual não é
mais tão valorizado assim. Afinal, estão todos no mesmo barco.
Agora é hora de quebrar os paradigmas desenvolvidos nos jogos de
computador, onde o principal valor era passar rápido para a próxima fase. E
começar a aproveitar o momento, viver o presente, valorizar a estabilidade, até
porque este momento vai durar alguns anos. Mais do que nunca é verdadeiro o
verso de Antonio Machado: Caminhante, são tuas pegadas o caminho
e nada mais; caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar. E , não
fique ansioso, você não estará perdendo novos desafios, porque o principal
desafio da fase é sobreviver e aproveitar o momento.
http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/novo-jogo-para-a-geracao-y/95179/
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