terça-feira, 2 de agosto de 2016

5 Erros Gramaticais que, além de caírem em Concursos, podem te fazer passar Vergonha!

Neste artigo, iremos mostrar alguns erros gramaticais que têm algo em comum: podem fazer uma pessoa passar vergonha quando os comete e são cobrados em provas de concursos públicos. Não se trata de “errinhos” não, são “errões” mesmo!
A nossa querida Língua portuguesa é o 5º (quinto) idioma mais falado em todo o mundo. Entre os países do globo terrestre (ainda não foi constatada a existência de vida em outros planetas, rsrsrs) que falam Português, estão: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Muitos brasileiros acham que a nossa língua é a mais difícil do mundo, mas existem outras muito “tensas” também, tais como: árabe, mandarim, coreano e japonês. A linguagem falada no nosso cotidiano está repleta de erros que são tão replicados que chegam a parecer normais. Porém, quando alguém leva esses vícios para uma prova de concurso, as consequências são catastróficas.
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Vamos iniciar a lista de erros com uma expressão que é o verdadeiro xodó entre os brasileiros: “Para mim…”

Erro Gramatical 01 – Para eu / Para mim

O lendário cantor Raul Seixas compôs uma excelente música que se chama EU TAMBÉM VOU RECLAMAR. Veja um trecho da música:
E a empregada
Me bate à porta
Me explicando
Que tá toda torta
E já que não sabe
O que vai dá prá mim comer
Deixando de lado uma possível crítica à letra acima exposta, haja vista que há licença poética para respaldar erros gramaticais, vamos analisar o trecho da música para fins didáticos.
  • A empregada não sabe o que vai dar pra mim comer.
Veja que, nessa frase, temos duas orações: uma realçada na cor verde e outra na cor vermelha.
Em relação à oração na cor vermelha, temos que encontrar um sujeito. Você sabe qual é?
Se você afirmou que o sujeito é o mim“, você quase acertou. Quase porque omim é um pronome oblíquo e não pode exercer a função de sujeito de uma oração. Os principais pronomes que podem desempenhar função de sujeito são pessoais os do caso reto: Eu/Tu/Ele/Nós/Vós/Eles.
Vamos agora reconstruir a frase, tornando-a correta.
  • A empregada não sabe o que vai dar para eu comer.
Essa é a construção considerada gramaticalmente correta, pois o sujeito da frase em azul é o pronome pessoal do caso reto eu.
Mas não pense que o “para mim” é seu inimigo e que você nunca mais na sua vida deverá usá-lo. Muita calma nessa hora. 🙂
Quando o “mim” estiver exercendo a função de complemento, a frase estará correta. Que tal exemplificarmos?!
  • A emprega falou para mim que não sabe o que vai cozinhar hoje.
O sujeito da oração é a empregada. Ela falou que não sabia o que iria cozinhar. Falou para quem? Para mim (objeto indireto). Nesta hipótese, a frase está plenamente de acordo com a norma culta da língua portuguesa.
Depois dessas breves explicações, podemos observar como esse assunto cai em provas de concursos públicos:
(2013 – IBFC – ILSL) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
O garoto pediu para _____ ler a história. Para ______, ler é sempre um prazer! 
a) eu – eu.
b) mim – eu.
c) eu – mim.
d) mim – mim.
Veja que, nesta questão, o candidato deveria saber quais as formas corretas dos termos “Para eu” e “Para mim”. De acordo com o que vimos, o gabarito é a letra “C”.
E, falando em questões de concursos, não deixe de acessar as nossas Questões CEBRASPE (CESPE) comentadas – Português.

Erro Gramatical 02 – Meio / Meia

  • A garota estava meia triste porque não havia passado na prova.
O “meia” empregado na frase tem um sentido de “um pouco” ou “mais ou menos”. Quando o termo estiver empregado com esta finalidade, ele será um advérbio e por isso é invariável.
Então, o correto seria dizer:
  • A garota estava meio triste porque não havia passado na prova.
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Advérbio

Para você descobrir se o “meio” é um advérbio e por isso é invariável, troque-o pelo advérbio muito. Se a frase continuar a fazer sentido, então o meio é invariável. Aproveitando o exemplo acima, se trocarmos o “meio” por “muito”, a frase ficaria assim: “A garota estava muito triste porque não havia passado na prova”. 
Veja que a frase continuou fazendo sentido. Desta forma, constata-se que o meio é um advérbio (invariável)

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Adjetivo

O “meio” somente varia quando é empregado no sentido de um número fracionário. Neste caso, o “meio” é um adjetivo e, por isso, é variável.
Como exemplo, podemos citar as seguintes frases:
João tomou meia taça de vinho.
Já são meio-dia e meia(meia-hora)
Se trocássemos o “meia” por “muito” nessas frases, o sentido delas ficaria distorcido, por isso reforçamos a dica. Se você trocar “meio” por “muito” e a frase continuar a fazer sentido, o “meio” é invariável porque é um advérbio.
Observe como este tema caiu em provas de concursos…
(VUNESP – 2011 – CODESP/SP) Na questão, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, os espaços das frases dadas. 
Antes de examinar a calçada _________estavam os sacos de lixo, a policial entrou no prédio __________nervosa.
a) que … meia
b) em que … meio
c) de que … meia
d) em que … meia
e) de que … meio
 
Nesta questão, o candidato deveria saber se o “meio” nela empregada era um adjetivo ou um advérbio. Assim, ele poderia saber se o termo era variável ou invariável. De acordo com o que foi exposto, constatamos que o gabarito é a letra “B”.
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Erro Gramatical 03 – Perda / Perca

Substantivo.

Visualize a frase a seguinte frase:
  • Estudar é uma grande perca de tempo.
O termo “perca” é um substantivo e podemos constatar isto ao visualizarmos a existência do artigo indefinido “uma” antes dele. Quando ocorre esta hipótese, não se deve escrever “perca” e sim “PERDA”.
Reconstruindo a frase de forma correta, ela ficaria assim:
  • Estudar é uma grande perda de tempo.
Mas lembre-se de que estudar NUNCA é perda de tempo! 🙂

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Verbo.

Agora vejamos esta outra frase:
  • Não perda tempo, comece a estudar agora!
O termo “perda” é a conjugação do verbo perder (modo imperativo). E quando o verbo for conjugado desta forma, o termo correto é PERCA (haja vista que perda é um substantivo e não um verbo, conforme já falamos anteriormente).
Reconstruindo, temos:
  • Não perca tempo, comece a estudar agora!
Os concursos públicos também podem abordar esses erros gramaticais, veja como já ocorreu:
 
(FUNIVERSA – 2011 – SES/DF) Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto, caso se substituísse
a) “seja” (linha 1) por é.
b) “a princípio” (linha 7) por em princípio.
c) “perdas” (linha 41) por percas.
d) “ligada a” (linha 44) por ligada às.
e) “vai ao encontro do óvulo” (linha 65) por vai de encontro ao óvulo.
O tema foi cobrado no item C desta questão de concursos. Nada impede que as bancas examinadoras continuem explorando o assunto em provas. Não há como lançar o gabarito da questão, pois não trouxemos o texto correspondente. E tal procedimento é necessário para que não percamos o foco do artigo.
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Veja também o artigo que preparamos para otimizar seus estudos:

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Erro Gramatical 04 – Onde / Aonde

Olhe para esta frase e pense se ela é, ou não, comumente empregada no nosso dia-a-dia!
  • Aonde você mora?
A frase está gramaticalmente incorreta, pois  “Aonde” é um advérbio que exprime ideia de movimento. Portanto, o termo ser empregado corretamente é “Onde”. Ninguém mora se movimentando. 
Reconstruindo…
  • Onde você mora?
Por outro lado, veja a seguinte frase:
  • Para se chegar onde poucos chegam, é preciso fazer o que poucos fazem.
Esta frase é muito motivadora, mas contém erro gramatical. O verbo chegar exprime ideia de movimento e pede a preposição “a”. Por isso, quem chega, chega a algum lugar.
Reconstruindo…
  • Para se chegar Aonde poucos chegam, é preciso fazer o que poucos fazem.
Veja como o tema foi explorado em provas de concursos públicos.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
a) onde … de
b) à onde … em
c) aonde … em
d) onde … a
e) aonde … de
Veja que o texto contém uma lacuna que deve ser preenchida corretamente e as opções são “onde”, “aonde” e “à onde”. O gabarito é a letra “E”.

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Erro Gramatical 05 – Mas / Mais

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Conjunção Adversativa.

A conjunção adversativa expressa a ideia de oposição. Veja a próxima frase…
  • Ele estudou muito mais não passou.
Neste caso, há erro gramatical, pois o “mais” não é conjunção adversativa. Esse é um dos erros mais cometidos na linguagem escrita, principalmente nas comunicações realizadas através das redes sociais.
Vamos corrigir…
  • Ele estudou muito mas não passou.

Advérbio de Intensidade.

  • O candidato acertou a questão mais difícil de todas!
Essa frase está correta, pois ela exprime e intensifica a grande dificuldade da questão.
Vejamos como o tema foi abordado em provas!
(2015 – FUNCAB – CRF/RO)
Na charge, a oração introduzida pela conjunção MAS classifica-se como:
a) subordinada substantiva completiva nominal.
b) subordinada adverbial comparativa.
c) coordenada sindética conclusiva.
d) coordenada sindética adversativa.
e) subordinada substantiva apositiva.
Na questão, o termo “mas” é uma conjunção adversativa e, por isso, a oração é coordenada sindética adversativa (mas não vamos entrar neste tema, pois não é o nosso foco agora). Diante disto, o gabarito é a Letra “D”.
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Além dos erros gramaticais expostos neste artigo, existem muitos outros. Optamos por abordar somente 05 (cinco) erros para que o artigo não fique extenso e enfadonho. 
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Conhecimento só se multiplica quando é dividido!
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Bons estudos…

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