Neste artigo, iremos mostrar alguns erros gramaticais que têm algo em comum: podem fazer uma pessoa passar vergonha quando os comete e são cobrados em provas de concursos públicos. Não se trata de “errinhos” não, são “errões” mesmo!
A nossa querida Língua portuguesa é o 5º (quinto) idioma mais falado em todo o mundo. Entre os países do globo terrestre (ainda não foi constatada a existência de vida em outros planetas, rsrsrs) que falam Português, estão: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Muitos brasileiros acham que a nossa língua é a mais difícil do mundo, mas existem outras muito “tensas” também, tais como: árabe, mandarim, coreano e japonês. A linguagem falada no nosso cotidiano está repleta de erros que são tão replicados que chegam a parecer normais. Porém, quando alguém leva esses vícios para uma prova de concurso, as consequências são catastróficas.
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Vamos iniciar a lista de erros com uma expressão que é o verdadeiro xodó entre os brasileiros: “Para mim…”
Erro Gramatical 01 – Para eu / Para mim
O lendário cantor Raul Seixas compôs uma excelente música que se chama EU TAMBÉM VOU RECLAMAR. Veja um trecho da música:
E a empregada
Me bate à porta
Me explicando
Que tá toda torta
E já que não sabe
O que vai dá prá mim comer
Deixando de lado uma possível crítica à letra acima exposta, haja vista que há licença poética para respaldar erros gramaticais, vamos analisar o trecho da música para fins didáticos.
- A empregada não sabe o que vai dar pra mim comer.
Veja que, nessa frase, temos duas orações: uma realçada na cor verde e outra na cor vermelha.
Em relação à oração na cor vermelha, temos que encontrar um sujeito. Você sabe qual é?
Se você afirmou que o sujeito é o “mim“, você quase acertou. Quase porque o“mim“ é um pronome oblíquo e não pode exercer a função de sujeito de uma oração. Os principais pronomes que podem desempenhar função de sujeito são pessoais os do caso reto: Eu/Tu/Ele/Nós/Vós/Eles.
Vamos agora reconstruir a frase, tornando-a correta.
- A empregada não sabe o que vai dar para eu comer.
Essa é a construção considerada gramaticalmente correta, pois o sujeito da frase em azul é o pronome pessoal do caso reto eu.
Mas não pense que o “para mim” é seu inimigo e que você nunca mais na sua vida deverá usá-lo. Muita calma nessa hora.
Quando o “mim” estiver exercendo a função de complemento, a frase estará correta. Que tal exemplificarmos?!
- A emprega falou para mim que não sabe o que vai cozinhar hoje.
O sujeito da oração é a empregada. Ela falou que não sabia o que iria cozinhar. Falou para quem? Para mim (objeto indireto). Nesta hipótese, a frase está plenamente de acordo com a norma culta da língua portuguesa.
Depois dessas breves explicações, podemos observar como esse assunto cai em provas de concursos públicos:
(2013 – IBFC – ILSL) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
O garoto pediu para _____ ler a história. Para ______, ler é sempre um prazer!
a) eu – eu.b) mim – eu.c) eu – mim.d) mim – mim.
Veja que, nesta questão, o candidato deveria saber quais as formas corretas dos termos “Para eu” e “Para mim”. De acordo com o que vimos, o gabarito é a letra “C”.
E, falando em questões de concursos, não deixe de acessar as nossas Questões CEBRASPE (CESPE) comentadas – Português.
Erro Gramatical 02 – Meio / Meia
- A garota estava meia triste porque não havia passado na prova.
O “meia” empregado na frase tem um sentido de “um pouco” ou “mais ou menos”. Quando o termo estiver empregado com esta finalidade, ele será um advérbio e por isso é invariável.
Então, o correto seria dizer:
- A garota estava meio triste porque não havia passado na prova.
.
Advérbio
Para você descobrir se o “meio” é um advérbio e por isso é invariável, troque-o pelo advérbio muito. Se a frase continuar a fazer sentido, então o meio é invariável. Aproveitando o exemplo acima, se trocarmos o “meio” por “muito”, a frase ficaria assim: “A garota estava muito triste porque não havia passado na prova”.
Veja que a frase continuou fazendo sentido. Desta forma, constata-se que o meio é um advérbio (invariável)
.
Adjetivo
O “meio” somente varia quando é empregado no sentido de um número fracionário. Neste caso, o “meio” é um adjetivo e, por isso, é variável.
Como exemplo, podemos citar as seguintes frases:
João tomou meia taça de vinho.
Já são meio-dia e meia. (meia-hora)
Se trocássemos o “meia” por “muito” nessas frases, o sentido delas ficaria distorcido, por isso reforçamos a dica. Se você trocar “meio” por “muito” e a frase continuar a fazer sentido, o “meio” é invariável porque é um advérbio.
Observe como este tema caiu em provas de concursos…
(VUNESP – 2011 – CODESP/SP) Na questão, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, os espaços das frases dadas.Antes de examinar a calçada _________estavam os sacos de lixo, a policial entrou no prédio __________nervosa.
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